Carta a um Amigo

Tarde de quinta-feira, 13h22, segue um frio que traz resfriado.

Café da manhã
: Café com leite, bolacha e um pão com manteiga.
Almoço
: Arroz, Feijão e Escarola.
Jantar: (ontem) Só um pão com mortadela.
Na madrugada
: nada.
O que ouço
: O barulho de datilografar.

Olha pro lado.
Olha pra trás.
Quantas conquistas, em tão pouco tempo.

Olha pra frente.
Quantas coisas boas virão.

Olha pro coração.
Ele é bom, mesmo vazio.

Olha de novo pra frente.
Eu estou aqui.

Obrigado, espelho.

Tropa de Elite

Tarde de terça-feira, 17h45, um frio que não vi no inverno.

Café da manhã
: Ignorado.
Almoço
: No restaurante do Corinthians. Por quilo, arroz, feijão e filé de frango + saladas.
Jantar: (ontem) Meu Strogonoff e o lendário Arroz do Ton.
Na madrugada
: Como sempre, jantei nessa hora (!)
O que ouço
: Há pouco ouvi o Nelsinho dizer que o Corinthians vai pra Sul-Americana.


Não, essa não é uma resenha do ótimo filme.
A elite, neste caso, é a classe mais favorecida da nossa sociedade.
Pela primeira vez na vida, passei algumas horas no Shopping Iguatemi
, aqui em São Paulo. E o que vi, pouco havia visto no Brasil.

Patricinhas, dondocas e seus chihuahuas, e vitrines recheadas de produtos sem preço. Nem imagino quanto deve valor uma simplória bolsa da Louis Vuitton.
E eu, de bermuda, boné e meu All Star encardido.

Ao me deparar com aquelas lojas, faço uma ‘auto-promessa’: não vou comprar nada. Aliás, nem conseguiria.

Um detalhe me chama atenção: numa dessas lojas de calçados esportivos, de uma grande rede, uma placa ressalta a “promoção”. Qualquer par daquela gôndola, por ‘apenas’ R$ 200,00. O curioso é que numa filial da mesma empresa, só que num shopping mais popular, por assim dizer, este mesmo anúncio exclama a oferta por R$99,90.

Não resisto. Ponho a mão no bolso. Tiro a carteira. Saco minha potente nota de 10 mangos. Como um pão de queijo. Enquanto isso, na entrada, dois pedintes disputam o troco da revista comprada por uma dessas Pátis.

Falando em mazelas da sociedade brasileira, e pra não perder o gancho, assistam o filme homônimo desta postagem. Quem também viu a cópia pirata sabe do que estou falando. Wagner Moura merece um Oscar.

Ainda somos Verdes

Madrugada de sábado, 02h25, uma leve chuva paulistana

Café da manhã
:Ignorado
Almoço
: Uma bela pizza no Pizza Hut.
Jantar: Uma mistura de sabores de comidas da Índia e da Mongólia no Tantra Restaurante.
Na madrugada
: Só um chá.
O que ouço
: Uma transmissão da ESPN, com campeonato de Pôquer.

Da BBC Brasil

O Brasil é o 40º melhor país para se viver no mundo, de acordo com um ranking encabeçado por Finlândia, Islândia e Noruega e publicado na edição de outubro da revista americana Reader's Digest.

A lista foi elaborada pela publicação a partir da análise de indicadores de qualidade ambiental e de vida, com o objetivo de descobrir os melhores países em termos ambientais, mas nos quais "as pessoas possam prosperar". O ranking também levou em conta fatores sociais, como educação e renda.

Os quatro primeiros lugares do ranking foram dominados por países escandinavos: Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia; seguidos por Áustria, Suíça, Irlanda, Austrália, Uruguai e Dinamarca. Além do Uruguai, o Brasil ficou atrás de vários outros países da América Latina: Argentina (27ª), Costa Rica (34ª) e Cuba (36ª).

No entanto, o país ficou à frente do Chile (43º), do Paraguai (44º), do Peru (52º), da Colômbia (53ª), do México (63º), da Venezuela (68ª), do Equador (69º) e da Bolívia (75ª).

A notícia completa você lê aqui.

Ensaio sobre um Merda

Tarde de terça, 15h15, começou frio e agora está calor.

Café da manhã
:Um misto frio no Corinthians.
Almoço
: No agradável restaurante do Grupo Estado. Arroz Integral, saladas e uma espécie de lasanha de beringela, que se chama Mustaka, conforme me atualiza a Rejane (obrigado!).
Jantar: (ontem) Arroz do Ton e Carne de Panela na Cerveja Escura.
Na madrugada
: O jantar foi servido por essa hora!
O que ouço
: O barulho do cotidiano paulistano.

Minha cabeça está quase caindo... de olhos fechados, ouço algo distante...
Algo diferente do hipnotizante barulho dos trilhos, do vai-e-vem dos trens e do bip das portas.
Abro os olhos. "Essa estação é a República?" Ela é cega. Eu confirmo.

Próxima estação, Anhangabaú.

Ela se levanta, arma a bengala e deixa o vagão. Só. No escuro.
Não há ninguém para conduzi-la a saída. Ela para.
As lágrimas me vem. O choro é arduamente seguro na guela. Por que?

Ela tem paciência. Sabe lá quando aparecerá um anjo para ajudá-la.
Penso que deveria ter sido eu. Covarde.
Ela lá e eu aqui, reclamando por atenção.
Sou uma merda de pessoa.

Matrimônio

Noite de sexta, 21h41, segue uma temperatura indefinida

Café da manhã
:Café.
Almoço
: No quilo. Arroz, Feijão, Couve e uma tentativa de Strogonoff.
De Tarde: Vitamina Completa na Galeria do Rock.
Jantar: Um lanchinho: Pão, queijo e peito de peru.
Na madrugada
: Vou evitar de novo.
O que ouço
: Adivinha?

Maria Rita e o samba casaram.


Ainda bem! Arlindo Cruz e Beth Carvalho são os padrinhos.

Saiu do forno o “Samba Meu”. E nele, quatorze deliciosas faixas. Há de ser ouvido o que uma paulistana da gema está se atrevendo a fazer. Comece pelo primeiro hit, “Tá Perdoado”, e deixe o CD rolar por inteiro. Vais ouvir de novo!

Bairrismos à parte, a dona da bela voz se saiu com essa ao G1: “Eu não tenho a pretensão de ser sambista, eu não nasci no morro, eu não nasci no Rio, não vivi o samba do jeito que os sambistas dizem, e sim do ponto de vista do ouvinte”.




“Esse disco é uma declaração de amor, baseado na paixão que eu tenho e no bem que o samba me faz.”



César Camargo Mariano, ao piano, e sua mãe cantarolando ficaram no subconsciente. Só pode!

Essa, tomara, é uma união pra sempre.

Recomendadíssimo.

É Rapidinho

Noite de quinta, 23h14, temperatura indefinida

Café da manhã:Café com leite.
Almoço
: No Sampa, Arroz Integral, Filet e muita salada!
Jantar
: Uma pasta improvisada: Penette ao sugo com paio.
Na madrugada
: Vou evitar.
O que ouço
: O engraçadíssimo Tela Class, do Hermes e Renato.

Nada de poemas, apenas duas considerações.
Primeiro, no cenário político: a absolvição de Renan. Não fico indignado. Aliás, nada mais me assusta na Capital Federal.
O Congresso é o reflexo do que somos. Quem não conhece pequenas mutretas para soluções do nosso cotidiano? Eles lá, são como a nossa sociedade. Não por menos, nós os elegemos.

Consideração dois: auto-propaganda!!

Sábado, às 22hs, Bola da Vez, na ESPN Brasil. Pela segunda vez em minha breve carreira, participei deste ótimo programa. O entrevistado da quinzena é Dagoberto, atacante do São Paulo.

Enquanto isso...

Adeus birra

Madrugada de domingo, 01h47, aquele frio tradicional da noite de um sítio.

Café da manhã:Café com leite.
Almoço: Churrasco, arroz, feijão, carne moída com jiló, salada, vinagrete e farofa. Não exatamente nessa ordem!
Jantar: O famoso “soborô” enriquecido com um pouco de carne de costela com mussarela.
Na madrugada
: Jantei nessa hora.
O que ouço
: O Altas Horas na TV, hoje com uma péssima seleção musical.

Diário de bordo, dia 1.

Sono. Os olhos entregam, não dormi na noite anterior. Maracanã-Belmonte-Lapa-Samba-Aeroporto-Yuri-Estrada-Chácara.

Sono. Foi um dia nulo pra mim. Só estou ligado a partir da madrugada de sábado.

Cama.

Diário de bordo, dia 2.

“Pala. Quelo embola. Itapila”- Luca, já de saco cheio. Também, pudera! A bateria da motinho descarregou. A dele não... Marlo e Gabi que agüentem! Bruna sim, perdeu a energia. Foi praticamente carregada para a cama.

Céu está empanturrada. Não quer nem ouvir a palavra cerveja. Ela pede uma coca-cola. Pra desentupir. “Minha barriga, parece que comi um boi”.

Silvia tá quieta. Falou o dia todo, caçou eucalipto, tentou em vão ligar a sauna. Leu, adormeceu.

Carlinhos e Cris dormem. Ele ficou assustado quando pedimos para que fizesse a carne moída logo depois que todos jantamos. Normal, a gente só pensa em comer.

Maximo parece aliviado. Nem bebeu muito, mas descansou. Praticou carinho durante os dias que cá ficou.

Yuri, tadinho. A febre o derrubou. Passou o sábado na cama, debaixo das cobertas. Azarado, mal sabe que foi um dos maiores colaboradores para o encontro. Tomara que acorde melhor.

Eu, sei lá. Fiquei feliz de ter vindo. Sigo com a sensação de procurar sempre ocupar minha cabeça. Que estranho, isso tem sido rotina. Ficar só tem me incomodado. Muita confusão. Pros registros: este fim-de-semana ficou marcado pela minha despedida de algumas coisas. Vou desinchar. Preciso. Tchau refris. Tchau cerveja!! Snif... Nãaaaaaaaaaaaao!

Mais uma para registrar: aqui ficou acertado o próximo “Encontro dos Cachaceiros”, como rotulou a Xá. Será no dia 29 de dezembro, em Praia Grande.

Vou parar de teclar. Chegou a hora de dormir. Lá vem a sinfonia de roncos.

Diário de bordo, dia 3.

Tácaracaca.. cacá. Tácaracaca.. cacá.

Carlinhos resolve lembrar os tempos de ritmista de caixa em fanfarras. Acorda a todos. São só 9 horas da madrugada.

Eles vão pra cachoeria. Eu vou embora. O domingo é minha segunda-feira.

Mancanza

Tarde de quinta, 14h21, calor e o Rio de Janeiro continua lindo!

Café da manhã: Uma coca-cola de máquina. Um pão de queijo e depois um café, ainda em BH.
Almoço: Abdiquei. Prefiro dormir.
Jantar: (ontem) Um rodízio meia-boca de massas em BH.
Na madrugada: o jantar foi nessa hora.

O que ouço
: Velha Guarda da Portela.


Volare oh, oh cantare oh, oh nel blu dipinto di blu felice di stare lassù e volavo, volavo felice più in alto del sole ed ancora più su mentre il mondo pian piano spariva lontano laggiù una musica dolce suonava soltanto per me

Era uma abertura do Festival de San Remo. Se a memória
não me trai, era a edição de 1988. Lá estava Pavarotti num cenário lindo, tendo ao fundo o mar e o céu, ambos naquele azul cristalino. Como pedia a bela música de Domenico Modugno.
Minha vó sempre adorou essa fita e repetidamente a assistia. Eu não tinha como fugir. Eu não queria fugir.

A voz de Pavarotti dava a canção popular uma interpretação única. E esse era o motivo do sucesso do tenor, falecido nesta quinta-feira. No carro, indo para o aeroporto de Confins (MG) ouço meu companheiro de trabalho Reinaldo Costa lembrando o alvoroço provocado pelo italiano quando este resolve "se arriscar" no cancioneiro popular.

Sucesso. Tão estrondoso como quando Marco Polo encontrou o macarrão para a Itália. Pavarotti dava uma forma única a musica. Ele provaria isso depois, nos inúmeros concertos pelo Mundo com Bono Vox, sempre com propósitos beneficentes.

Já na adolescência, me lembro dos Três Tenores. Parecia arroz de festa! Olimpiáda?
Copa do Mundo? Nada melhor do que o trio Carreras, Domingos e Pavarotti para abrilhantar a abertura e/ou o encerramento.
Uma bela voz que se foi. Eternizada.

Pride

Noite de sábado, 22h58, não sei definir se está calor ou frio. Tá morno!

Café da manhã: Café com leite, pão com requeijão.
Almoço: Feijoada da Xa.
Jantar: Foi um lanche da tarde caprichado da família Antunes-Giulietti.
Na madrugada: nada.

O que ouço
: Uma eclética seleção musical. De Zeca Pagodinho a Lenine.


Olha ele aí. Só tem 19 anos. Mas, como sempre prevíamos, tem personalidade forte.
Soube dosar bem os dois lados. Administra como ninguém sua vida. Mesmo com os insistentes problemas.
Talento nato. Desde pequeno foi assim.
Me pego ouvindo seus devaneios políticos, e enxergo um pouco de mim na história. Dizia odiar textos, jornais e, por consequência, o jornalismo. Hoje, cobra uma postura dos governantes. Tá tudo ali, no seu blog.
E me enche de orgulho.
Ah muleque....!