Pra Ouvir

Tarde de quarta, uma semana depois de completar 28 anos. 15h43. São Paulo. Fechado aqui dentro da redação não sei como anda o tempo lá fora.

Ao Acordar: nada.
No Almoço: Aqui no Estadão. Destaque para Abobrinha Recheada, Chuchu no Bacon e o Hamburguer de Chester.
No Jantar: (ontem) Um número 1 do Mac.
Na Virada da Noite:
nada.
Um Som do Dia:
Leia abaixo e saiba mais...

Ponto para Supla!
Há tempos o vejo na mídia em geral, sempre com boas opiniões e posições firmes. Um cara bacana, mas que quando mostrava seu som.... bom, eu nunca gostei.
Tudo bem, o tal Japa, Japa girl... in Brazil era até engraçadinho. Mas só isso.
Eis que agora, numa reunião familiar, nasce o excelente Brothers of Brazil. Parceria com o irmão João Suplicy, um exímio violonista.
O som é uma levada empolgante meio bossa-nova, meio rock. As letras em inglês com o ritmo tropical viciam.
Desde que os vi no Altas Horas do último sábado, não paro de ouvir.
Destaque para Brothers of Brazil (é o nome da dupla e da música também) e Samba Around The Clock (que você pode ver aqui embaixo).




Convido-os a fazer o mesmo.
Os links, vídeos e tudo mais estão aqui, no MySpace.

Esperança

Tarde de terça, 13h26. São Paulo com sol, mas em casa sempre parece frio.

Ao Acordar: Café com Leite e Wafer de Chocolate.
No Almoço: Um monte de coisas num Quilo do Ibirapuera, com Baby Beef.
No Jantar: nada.
Na Virada da Noite:
Um Churrasco interno, no Grill aqui de casa.
Um Som do Dia:
Todos os desejos daqueles que amo/amam.

Amore, sem querer parecer piegas, faz 28 anos que minha vida tomou um sentido. Espero que vc se sinta o suficiente amado por mim, que me culpo por ausencias em alguns momentos. Ti amo mais que tudo no mundo e, sem exageros, dou minha vida por vc.

Quero te ver feliz. Problemas sempre haverá, nao posso impedir. Mas que tuas alegrias compensem eventuais maus momentos. Que hj termine teu inferno astral. E que vc se realize cada vez mais: na alma, como pessoa; como profissional, como amante e namorado, como amigo, como companheiro, como filho, como gente.
Bacione,
Katia (minha mãe)

Bom Amigo

Manhã de quinta-feira, 11h42. São Paulo, esquentou um pouco, mas ainda faz frio pro meu gosto.


Ao Acordar: Pingado e um Pão com Manteiga na padaria.

No Almoço: Arroz, Feijão, Carne Moída e Legumes, da Mônica.

No Jantar: (ontem) nada.

Na Virada da Noite: Um Lanche de Calabresa na frente do Morumbi.

Um Som do Dia: o Jazz pós-corridas no Gran Turismo 5 Prologue.


Guga é um bom companheiro e ninguém pode negar!


É daqueles caras que posso ficar um tempão sem se falar, mas, quando a comunicação existe, parece que ontem mesmo estávamos papeando entre um chopp e outro.


Devo muito a esse amigo. Me lembro do dia em que no balcão da padaria, ele com um tom de sermão, tentava me provar que eu estava no lugar errado. Na verdade, Guguinha acreditava que em Santos meu potencial (com toda a humildade que me cabe) estava sendo desperdiçado.


“Vem pra São Paulo”, insistia. Topei. Ganhei um amigo, um companheiro de apartamento (foi na casa dele que morei por um ano) e um ótimo conselheiro.


Recordo-me também da madrugada em que admitimos que a deficiência de um, era exatamente a principal qualidade do outro. Enxergando isso, tentei ser um repórter melhor.


É um profissional tão correto que externou suas angústias ao não concordar com a filosofia de trabalho do novo emprego. Mesmo correndo o risco de perder o almejado estágio. Se adaptou, entendeu a nova experiência e a partir de agora, vai colher os frutos.


Há um ano na Espanha, Villani entrou na reta final da experiência internacional. Você pode ouvir aqui seu primeiro furo jornalístico dado nesta semana na Rádio Marca.


Logo logo ele está aí, né Mari? E aí, serão muitas e muitas boas conversas como a da manhã desta quinta-feira.


Vivendo e Aprendendo

Em algum lugar do céu brasileiro, 07h50. Temperatura controlada dentro do avião.


Ao Acordar: Café com Leite e uma espécie de um pão de batata com queijo.
No Almoço: (ontem) Churrascaria Sal e Brasa, com direito a camarão dos grandes!
No Jantar: (ontem) nada.
Na Virada da Noite: um Cheese-Burger meia boca do hotel.
Um Som do Dia: Da Ilha do Retiro, enlouquecida pelo chocolate aplicado no Palmeiras.


Ele gosta de falar. Também pudera. Tamanha experiência de vida lhe abasteceu de boas histórias para contar. Era um trajeto relativamente curto, entre meu hotel (em Boa Viagem) até o estádio dos Aflitos, sede do Náutico Capibaribe.


Seu Floriano tem quase uns 70. É um pouco gordo, cabelos e barba brancos. Tem um olho bem clarinho, que não consigo distinguir entre o verde e o azul, bem como o mar do Recife.


Começamos a conversa com a boa e velha alternativa para quebrar o gelo: a temperatura local. Ele diz que está habituado, afinal são quase 20 anos de Nordeste. É paulista como eu e faz questão de dizer isso antes de me narrar sua fascinante história de vida.


Nascido em Lins, seu Floriano foi durante muito tempo gerente de vendas da Kodak, especialmente no período em que filmes e revelação eram um grande negócio. Transferido para o Recife, trouxe toda a família. Todos se habituaram tão bem que logo ele ganhara netos, provenientes dos casamentos dos três filhos.


Ele seria promovido. Tornaria-se gerente nacional da Kodak. Percebeu que a suposta evolução nada mais era do que a isca para que pouco tempo depois fosse mandado embora, assim como ocorrera com outros colegas de sua faixa etária.


Seu Floriano é esperto. Tão esperto que aproveitou o dinheiro da rescisão para montar três lojas de Cine & Foto, afinal esse era seu ramo. Ganhou dinheiro enquanto pôde.


Veio a era digital. Os filmes e as revelações dos mesmos começavam a perder o sentido. Seu Floriano se ateve ao fato antes da decadência. Vendeu os estabelecimentos por uma boa bolada e decidiu naquele momento que, pela primeira vez na vida, curtiria a vida de aposentado. Nada de trabalho. Agora, ele desfrutaria das riquezas naturais do estado do Pernambuco.


Ironia do destino. Aquele homem que acostumou-se a labuta desde jovem, quando até se aventurou no rádio linense (de onde afirma ter conhecido Osmar Santos e Fiori Gigliotti), começou a perder o sentido da vida. Em casa, caminhava para o rumo de uma forte depressão. Engordou e passava os dias chorando sem razão. Pensou em se matar.


Era uma tarde qualquer. Enquanto gotas de suor escorriam pelo rosto, seu
Floriano cabisbaixo caminhava por um supermercado local. Cruzou um colega antigo, dos idos de Kodak. O jeitão bem comunicativo nunca se perdeu e em pouco tempo ele explicou sua atual situação. O camarada, então, deu uma sugestão. Precisava de alguém para dirigir seu táxi por algumas horas na semana, afinal de contas ele cobria a região do aeroporto, onde nunca pode faltar um carro.


Meio contrariadão, seu Floriano aceitou a tarefa. Não pela mísera comissão de 30% do faturamento, mas sim para ter uma justificativa para sair daquele triste ostracismo.


Foi como um milagre de Deus. Ali, segurando um volante, ele se redescobriu. Tomou gosto pela coisa, e percebeu que ser um motorista de praça lhe permitia fazer aquilo que mais gosta nessa vida: se movimentar, ver gente diferente, observar o cotidiano desse mundo e, principalmente, se comunicar.


Três anos depois do que ele considera um renascimento, seu Floriano hoje dirige um carro próprio. Evita a rotina fazendo seu horário e trabalhando quantas horas bem entender. Não é patrão de ninguém, muito menos recebe ordens de alguém.


O lucro obtido com o trabalho, somado aos ganhos de toda uma vida bem planejada, lhe permitiram investir em pequenos espaços num centro comercial. Pensou em imóveis, mas sabiamente optou pela locação de lojas, pois sempre tem a garantia de novos inquilinos.


Feliz e orgulhoso com o que lhe foi proporcionado em quase sete décadas vividas, seu Floriano se despede. Chegamos ao local onde vou trabalhar. Deixo de lado quaisquer objeções com problemas corriqueiros. Convenço-me mais uma vez que, assim como aquele simpático senhor, escolhi o rumo profissional que me dá prazer. E isso não tem preço.