Milk's punch

"Milk", com Sean Penn, é um soco no estômago do preconceito sexista.

O Oscar de melhor ator, somada a frase acima ('roubada' do blog do professor Juca Kfouri) me levaram ao cinema na noite de terça.

Carnaval, como de costume, não tenho. E não reclamo.

Ao filme.

É de impressionar a transformação de Sean Penn. Nos faz esquecer inclusive que se trata de uma atuação. Transcende isso.




Não conhecia a história do ativista Harvey Milk . Pesquisando, após sair do filme com essa sensação de ter levado um soco no estômago, noto como ela foi fielmente retratada através do olhar do diretor Gus Van Sant.

Recomendo. Sobretudo numa sociedade que (ainda) trata com preconceito as minorias.


A geração dos que nunca tiveram um não

Ela está aí.
Cresci numa família conquistando o auge profissional.
A mãe, brilhante, começava a ganhar bem.
Os tios, carentes de uma presença infantil, estavam ávidos para mimar.
A avó, relutante no começo, se derretia.

Mesmo assim, nem tudo era fácil.
Não, eu não tive que pegar no batente logo cedo. O fiz por uma vontade de ser igual a meus amigos.

Escola particular, recreio farto, presentes no Natal.

Se desejava o brinquedo da moda, só o tinha no ano seguinte, quando a onda não estava mais ali.

A geração dos games chegava nos 16, e eu ganhava meu primeiro de 8 bits.

O Castelo de Grayskull nunca tive.

Demorei a entender, mas a espera me fez dar valor as coisas.

Olhando por um prisma negativo, talvez isso tenha fomentado meu (as vezes) incontrolável instinto consumista.

Olho ao meu redor e vejo uma geração de adultos que tiveram tudo. Os pais passam a mão nas cabeças, e nem imaginam os filhos que aí estão no mundo.

Estes, por sua vez, não conseguem perceber a gravidade dos atos cometidos. No fundo, acham que os genitores logo chegarão e tudo ficará bem.

Tenho dó.

Alguma coisa acontece no meu coração...


Crédito da Foto - Agência Reuters
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*Link atualizado