Brodo

Tarde de quinta, 31 de maio, 13h15, frio de 10 graus.

Café da manhã: broa de milho com manteiga e café com leite
Almoço: (ontem) Espeto Corrido, ou melhor, rodízio, da Churrascaria Na Brasa
Jantar: Sopa de Capeletti (ontem)
Na madrugada: nada
O que ouço: o insuportável som do aeroporto e seus remanejamentos de aeronaves.


Alimento liquido che si otiene facendo bollire nell'acqua carne, verdure o altro

Brodo consiste em cozinhar algo por muito tempo.

Cresci com uma avó italiana. Santa Dragone sempre tratou sua sopa como sendo um brodo. Pensava que era algo comum em nosso cardápio. Descobri depois que não é bem assim.

Na cozinha do Cristini, onde trabalhei, o brodo era feito toda semana. De carne, de frango, algumas vezes de legumes, e até de peixe. Esse caldo é utilizado para alongar molhos, prolongar um cozimento, ou para degustá-lo.

Aí vai a dica: capeletti in brodo, servido em muitos restaurantes do sul do Brasil. Em Porto Alegre, sob frio de 5 graus, foi meu prato predileto.

Aquece o corpo, dá forças e alimenta.

Santa Feliz-Cidade

Madrugada de segunda, 28 de maio, 1h15, frio de 6 graus.

Café da manhã
: deliciosas guloseimas do hotel (adoro café de hotel)
Almoço: Rodízio de carnes e massa no restaurante Charolez
Jantar: banquete em Santa Felicidade (é o motivo do post)
Na madrugada: nada
O que ouço: a TV, com a reprise de São Paulo 0X0 Palmeiras

Curitiba foi a cidade inspiradora de meu livro. Ou, do esboço do que um dia se tornará um livro. Aqui estou em mais uma jornada profissional. Aqui, revivi e revisitei alguns restaurantes fantásticos, como o Velho Madalosso.

Segue mais um trecho do futuro livro...

(...) Imaginem a cena: mesas dispostas, garçons simpáticos e ao fundo, a legítima tarantella. Cantada e tocada competentemente por um pianista, uma soprano e um tenor pra lá de afinados. O repertório dos músicos viaja na diversidade da música italiana, sempre com um apelo romântico. O cardápio, também.

Salada de batatas (o que conhecia como maionese) rúcula com alho, regada a vinagre de vinho tinto, para começar. Uma porção de frango a passarinho, sequinho, também é servida. A partir daí, meus amigos, massas al dente, com muitos molhos, e carne à vontade. Acreditem, o gasto é idêntico a um rodízio modesto em São Paulo. (R$ 21,00)

Se tiver apetite, todos os pratos são colocados à vontade, quantas vezes solicitado. Não deixe de olhar com carinho a carta de vinhos, muitos deles produzidos ali mesmo no bairro.

O serviço é digno de ótimas gorjetas para os sempre solícitos funcionários... (continua)

Cinderela

Manhã de segunda, 21 de maio, 11h25, tá umido e não paro de espirrar.
Café da manhã: café com leite
Almoço: será a feijoada (conka.fotoblog.uol.com.br) de ontem
Jantar: provavelmente o mesmo do almoço
Na madrugada: tentarei não comer
O que ouço: Teatro Mágico (www.oteatromagico.mus.br)


Abóbora é doce.

Abóbora com alho vai bem.

Não gosto de misturar salgado com doce.

Mas, já experimentou arroz com feijão, mais Abóbora?

Vai bem.

Combinação tipicamente nordestina.

Já experimentou tornar-se
Abóbora?

É o dia seguinte.

Azedo

Madrugada de domingo, 13 de maio, 02h45, continua frio.

Café da manhã: café, leite, bolacha.
Almoço: Arroz do Ton, Feijão descongelado e filet de frango ao molho de vinho com mostarda e shoyu (ficou agradável).
Jantar: só o Arroz do Ton com o que sobrou do molho.
Nada de lanchinho da madrugada.
O que ouço: a TV, com Lobão cantando.

É um defeito. Quando as coisas não saem conforme previa, acabou o dia.

É como se tudo fosse por água abaixo.

As cebolas picadas, a paciência enquanto o molho apurava e o suor na beira do fogão não valeram de nada. Você errou ao tentar tirar a acidez do tomate. Ficou doce.

Mas por que ela não ligou? Foi o sal.

Egoísmo egocêntrico. É um defeito.

Afinal, nem todos comem da sua comida.

Entrada

Madrugada de sábado, 12 de maio, 03h05, faz frio.
Café da manhã: ignorado
Almoço: número quatro do Mc Donald´s (eca)
Jantar: ignorado
Na madrugada: Miojo
O que ouço: o som da TV

Oi.
Por que ter um blog? Pra quem não sabe, já tenho há dois anos um fotoblog (conka.fotoblog.uol.com.br). Vou tentar explicar.
Como numa verdadeira salada, quero neste espaço expôr idéias, compartilhar pensamentos, sabores e receitas. Enfim, experiências. Sejam elas relacionadas a minha profissão, ou não.
Nem só de futebol vive esse repórter.
Como diz o meu perfil aí ao lado, me atrevo a cozinhar de vez em quando. Ainda terei meu restaurante.

Estréio esse espaço reproduzindo um trecho do esboço daquele que um dia será meu livro; Parece brincadeira e até eu me assustei. Ele foi escrito exatamente há um ano. Só reparei isso agora.

- Você só pensa em comer?

A pergunta martelou meu pensamento naquela noite gelada de Curitiba, no dia 12 de maio de 2006.

Na capital do Paraná para cobrir o refúgio do Corinthians, abalado após ter sido eliminado mais uma vez da Libertadores, eu tentava convencer meus colegas jornalistas que jantar naquele momento seria uma ótima opção.

Queria comer, nem tanto pela fome, mas pela empolgação de estar numa das cidades de melhor gastronomia de nosso país.

Gula, você pode dizer. Sim, no fundo, a inspiração para redigir estas palavras veio deste pecado capital.

Como jornalista, atuo desde o início de minha formação na área esportiva, futebol quase em 100% do meu cotidiano.

Por conta disso, já perdi as contas de quantas viagens fiz a trabalho.

Não tenho formação de gourmet, a não ser pelo sonho de um dia galgar os caminhos de um chef de cozinha. Experiência, apenas nos seis meses em que trabalhei em Londres como ajudante de cozinha, num modesto, mais charmoso, restaurante italiano.

Como hobby, arrisco algumas combinações naquela que considero a parte mais legal de uma casa. Nada de pratos complicados, gosto de cozinhar aquilo que adoro comer. Egoísta, eu???!!