Café da manhã: Café expresso e algumas bolachas do CT do São Paulo.
Almoço: Gnocchi com um molho branco meia boca e uma bela polpetta.
Jantar: Nada por enquanto, afinal o almoço foi tarde.
Na madrugada: Vou evitar comer.
O que ouço: Amy Winehouse e a deliciosa Rehab.
Cruzo pessoas no elevador. Olhares para baixo. Raramente, um bom dia tímido.
Cruzo pessoas no metrô. Olhares para o horizonte, sem nada focado.
Cruzo pessoas nas avenidas. Olhares amedrontados, janelas fechadas.
Chegou o meu andar. Ainda bem. O silêncio era constrangedor.
Eles se odeiam. Mudou de faixa sem dar seta. Mas quem por aqui o faz?
Esperança. O interfone toca. Droga. O barulho incomodava. Quem? Ainda não fui apresentado.
Eis a estação. Ei! Prioridade para os que desembarcam primeiro. Não fui ouvido. Lógico, os fones impediam.
São Paulo, capital da solidão.
2 comentários:
Adorei o texto, mas nem sempre São Paulo é sinônimo de solidão, aliás discordo. Depois que mudei pra cá minha vida virou uma montanha russa. Bjs e saudades.
Esses seres, cada vez mais "voltados para dentro", não são exclusivos de Sampa. A primeira vez que isso me chamou a atenção foi em Paris. Deve ser mal das grandes capitais. Meu medo é que chegue logo nas cidades menores, assim como a violência as alcançou.
Reparou? Essa multidão de gente só, que não enxerga ninguém ao seu redor, está com o walkman ligado ou falando ao celular.
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